sexta-feira, 30 de julho de 2010

HISTÓRIA DO CAPRICHOSO




Historiadores e pessoas antigas torcedoras do Boi Bumba Caprichoso afirmam que o boi azul e branco tem uma parte de sua história que muitos não conseguem traduzi-la ao certo.
       A professora e folclorista parintinense Odinéia Andrade, no seu levantamento de pesquisas afirma que o bumbá foi fundado em 1913 pelos irmãos Pedro, Raimundo e Félix Cid.
Os três nascidos no município de Crato, no Ceará, teriam passando pelos estados do Pará e Maranhão, migrando até Parintins.
Aqui como forma de obterem prosperidade e saúde fizeram uma promessa a São João  influênciados pela trajetória feita pelo Maranhão e Pará onde puderam conhecer vários folguedos juninos, entre eles, o Bumba-meu boi do Maranhão, e a Marujada  Paraense em Belém.
Outra parte da história destaca que o Caprichoso foi criado a partir de dessensão registrada por volta de 1927 entre brincantes do Boi Galante que existia na comunidade do Aninga.
Alguns insistem afirmar que foi Luiz Gonzaga o criador do Boi Caprichoso, embora outros ostentem que o bumba foi trazido da Praça 14 de Janeiro de Manaus a Parintins pelo saudoso José Furtado Belém, político de relevância no município.
Na capital amazonense o bumba pertencia a familia Anatares
O Boi Caprichoso, até o ano de 1995, levava sua estrela no lombo. Em 1996, a diretoria percebeu decidiu então mudar a estrela para testa do touro negro. 
Uma parte da história do bumba esta marcada na gestão do senhor Carlos Leocádio da Silva, o Camoca, antigo morador do Beco da Independência, no centro da cidade, responsável pelo boi.
Por volta de 1975, o boi Caprichoso fazia o seus ensaios no terreno pertencente ao cunhado de Camoca, localizado na Rua Cordovil, no centro, reunindo Marujeiros e torcedores.
No periodo entre 1975 a 1978, o bumba passou por altos e baixos porque o maior desafio era Camoca acatar as idéias da esposa Licinha que mandava e desmandava no bumba.
Foram anos difíceis, em alguns o boi sofreu derrotas desanimando o torcedor que então passava a torcer pelo boi contrário.
Nos confrontos de ruas, principalmente nos cruzamentos das Ruas João Melo, Clarindo Chaves e Avenida Amazonas, locais onde os bois se confrontavam, em algumas vezes o Caprichoso saia com avarias na cabeça, com o rabo ou orelha arrancada.
Licinha levava sempre em mãos agulha e linha preta para costurar a orelha e o rabo do boi, por outras vezes, tinha sempre alguém que levava bolinhas de árvore de natal para colocar no olho do boi que sempre alguém do contrário as espocava.
Nessa época quem não gostava dos confrontos e sempre deixava o local na correria, era o saudoso tuxaua luxo, Zeca Xibelão.
Por várias vezes sentado na Praça da Catedral, Xibelão confidenciava ficar triste com as brigas comentando que preferia estar trabalhando na antiga Olaria dos Padres.
Com os tropeços e autos e baixos e a má gestão de Camoca, o cunhado Luiz Pereira, conhecido como Luiz da Mica puxou para si a responsabilidade de gerenciar o bumba.
A partir de então, o Caprichoso tornou-se mais forte, atraiu mais simpatizantes e torcedores, entre eles, Acinelson Vieira e Dejard Vieira, padrinhos do boi.
A bela Ilka Soares, moradora da Rua Clarindo Chaves foi à primeira “Miss Caprichoso” a assegurar ao bumba em 1979 o titulo de campeão na antiga Quadra do Ipasea, na Rua Jonathas Pedrosa, onde funciona o Posto do Detran.
Além de Zeca Xibelão, o bumba teve também a primeira mulher como tuxaua, a jovem Maria Lúcia Nascimento.
O Boi Caprichoso conquistou os títulos de 1969, 1972, 1974, 1976, 1977, 1979, 1985, 1987, 1990, 1992, 1994, 1995, 1996, 1998, 2000 (empate), 2003, 2007 e 2008.
Na década de 80, o bumba ganhou dimensão com a integração de pessoas influentes da cidade, entre elas, Sebastião Araújo, Carmona Oliveira, Elias Assayag, os Cid e outros tantos, mas as derrotas surgiam, inclusive, deixou de disputar com o adversário em 1996 no tabladão armado no campo do Estádio Tupy Catanhede.
Até o final dos anos 80 as toadas eram composições cujas letras exaltavam o boi e os personagens do Pai Francisco, Mãe Catirina, Sinhazinha e as caboclas parintinenses.
Os compositores consagrados do bumba até então são: Machado, Raimundinho Dutra, Camoca, Daniel Adelino, Marcos Santos, Heliomar Conceição, Sales Santos, Carlos Paulain e J. Carlos Portilho.
A toada “Ninguém Gosta mais desse boi do que eu” de Carlos Paulain se tornou símbolo musical para a Nação Azul.
Com a chegada de Arlindo Júnior no posto de levantador de toadas em 1989, iniciava-se um trabalho de evolução das galeras e das toadas que antes os torcedores apenas bailavam no dois pra cá, dois pra lá gesticulam bandeiras.
Com a introdução da temática indígena no boi bumba no início da década de 90, a cultura parintinense ganhou mais força, principalmente com os rituais indígenas protagonizado pelos bumbas.
O Caprichoso passou a explorar o conhecimento na área indígena alcançando destaque em sua evolução na execução das toadas Unankiê, Kananciuê e Fibras de Arumã, do compositor Ronaldo Barbosa.
A partir de 1985, os parintinenses radicados em Manaus passaram a levar fitas cassetes com as toadas levando os manauaras timidamente a gostar do ritmo.
 Com o passar dos anos, as composições azul e branca despertou a atração dos amazonenses, que então firmaram o boi bumba como o símbolo da cultura do Estado.
 O Festival de Parintins tornou-se a maior manifestação cultural do Norte do País. A década de 90 foi considerada pelos camisas azuis uma das melhores da história do Caprichoso.
De 1990 a 1999, o Caprichoso ganhou seis títulos dos dez festivais disputados, perdeu apenas 1991(prejudicado pela chuva), 1993, 1997 (por penalidade imposta ao apresentador Gil Gonçalves) e 1999.
Na década de 2000, o bumba apresentou megas espetáculos, em alguns perdeu pelos jurados avaliarem como apresentações estilos carnavalescas e muitas cores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário